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Foto do escritorMiguel Lucas

PSICOFISIOLOGIA DA ADESÃO E RETENÇÃO NO EXERCÍCIO

Atualizado: 14 de mai. de 2022

Existem numerosos problemas de saúde física em Portugal que podem ser melhorados através do exercício físico regular. Profissionais de condicionamento físico podem promover a adesão e a retenção a longo prazo à atividade física, e uma estrutura para promover esse compromisso é o elo entre a intensidade do exercício, a resposta afetiva e a adesão ao exercício. Este artigo explora os três conceitos interligando-os com a psicofisiologia do funcionamento humano por uma perspetiva evolutiva, tendo como pano de fundo os sentimentos de prazer e desprazer como modeladores da prática do exercício físico. 


Vejamos alguns dados que interessa saber para melhor compreendermos a necessidade de reter quem se atreve a fazer parte da pequena percentagem de portugueses que praticam exercício físico. Segundo o Eurobarómetro divulgado no final de Março de 2018, 74% dos portugueses explicam que “nunca” ou “raramente” fazem exercício físico ou praticam desporto. Um valor de 14 pontos percentuais acima da média dos que na União Europeia respondem o mesmo. É pior entre as mulheres (78%, contra 68% dos homens). Ainda assim, tanto as mulheres como os homens portugueses estão longe das médias dos seus pares europeus. 


Portugal é o 5.º país onde mais inquiridos mostram ser particularmente sedentários. O sedentarismo está generalizado a todo território da UE, o que indica que “a mensagem sobre a importância do desporto e da atividade física para a saúde e bem-estar individual ainda não chegou a todos os segmentos da população”.


Muitos estudos revelam as principais causas para a não adesão, como a falta de tempo, não ter motivação, ter uma incapacidade ou doença, ser demasiado caro. Por outro lado, existem muitas campanhas que revelam os benefícios da prática de exercício, nomeadamente para controlo do peso, redução de risco de doenças cardiovasculares, redução do stress e depressão, melhoria do bem-estar geral, aumento da autoestima e oportunidades de socialização. Apesar de todos estes ganhos reconhecidos na prática de exercício físico, as taxas de adesão permanecem reduzidas.


Este parece ser um duplo problema, por um lado existem fortes barreiras à prática e pelo outro os benefícios divulgados pelas entidades de saúde e reforçados pelos organismos ligados ao desporto e fitness parecem não gerar impulso suficiente para a adesão ao exercício físico. Refiro-me aqui em particular aos indivíduos sedentários que nunca aderiram a uma prática de exercício físico regular e organizada.


Olhando pelo outro prisma do problema, acresce o facto de que os motivos que levam ao início da prática de exercício físico podem não ser os mesmos que levam os indivíduos a permanecerem na sua prática. De acordo com Ekkekakis (2017), boa parte das pessoas que começam ou recomeçam um programa de exercício físico tendem a interromper com as suas intenções de manutenção da prática. 


Isto quer dizer que o problema das baixas taxas de praticantes continua a exacerbar-se mesmo para aqueles que durante um determinado período têm a “audácia” de ir experimentar os tão aclamados benefícios do exercício físico propagados na tão célebre frase: “O exercício físico faz-nos sentir bem.”


O que pode estar a acontecer durante a experiência que se espera ser fantástica e com retorno acrescido para a saúde?

Talvez possamos estar a olhar pelo lado enviesado, ao invés de tentarmos apenas perceber quais os motivos que aumentam a probabilidade da retenção dos praticantes, possamos também tentar perceber porque razão abandonam, olhando pela perspetiva psicofisiológica e evolutiva. Mais em concreto, que razões aversivas existem que levam o praticante a abandonar a prática? 


Para analisarmos esta abordagem vamos olhar as consequências aversivas à luz da teoria do modo duplo de Ekkekakis, que apoia a tese que o afeto tem uma base dupla, sendo guiada pela cognição em muitas circunstâncias, mas por pistas somáticas diretas quando a homeostase é desafiada. A teoria do modo duplo é uma das teorias que postula que, exercício realizado com intensidade acima do limiar ventilatório (LV) gera respostas homogéneas de afeto negativo (desagrado). Tais sensações desagradáveis induzidas pelo exercício são importantes e podem influenciar negativamente a participação futura dos indivíduos no exercício físico. 


Mais à frente no artigo retomarei este assunto, pois importa por agora abordar algumas estruturas cerebrais fundamentais para o entendimento da importância das respostas afetivas na adesão e retenção dos praticantes.

Cognição, emoção e cérebro preditivo


Chegámos aos dias de hoje com um corpo antigo, fruto de um processo evolutivo ao longo dos milhares de anos de história da Humanidade. O corpo humano foi forjado na adaptação ao meio ambiente tendo como prioridades a sobrevivência e propagação da espécie. De todas as estruturas que foram sofrendo adaptações evolutivas, sobressai o cérebro humano através do aumento progressivo em volume. Mais em concreto o desenvolvimento do córtex pré-frontal, uma grande extensão do córtex localizada na metade frontal do cérebro, mais em concreto atrás da testa. Foi a última região cortical a desenvolver-se na escala evolutiva. 


O córtex pré-frontal é, sem dúvida, uma das áreas mais interessantes e decisivas para entender o nosso pensamento abstrato e até mesmo a nossa autoconsciência. É, por assim dizer, uma estrutura que nos torna verdadeiramente humanos. O córtex pré-frontal é a região cerebral associada ao planeamento dos comportamentos cognitivamente complexos e à expressão da personalidade, tomadas de decisão e modulação de comportamento social. Todas essas tarefas sofisticadas realizadas pelo córtex pré-frontal apelidam-se de “funções executivas”. Planeamento, tomada de decisão, controlo inibitório, atenção e memória são consideradas funções que podem ser classificadas como funções executivas, com uma ativação predominante do córtex pré-frontal.


Segundo Fuster (2001), o córtex pré-frontal não se encontra envolvido exclusivamente em processos cognitivos, porque a parte orbitofrontal está relacionada com os aspetos emocionais do comportamento e do controlo inibitório, e a área medial tem implicações no aspeto motivacional e da iniciativa do comportamento. Estes processos intrinsecamente ligados, que advêm da cognição e metacognição, operacionalizando-se no uso das funções executivas, são peças fundamentais para o entendimento da relação exercício-afeto-adesão. 

O córtex pré-frontal funciona como o "centro executivo" do cérebro, é essencial para orientar o comportamento, regular as emoções e entender a diferença entre possíveis recompensas e punições. Também é essencial para imaginar o futuro e estabelecer metas. O córtex pré-frontal permite-nos participar de processos otimistas, como esperar o melhor e imaginar um futuro brilhante, antecipar e preparar-se para enfrentar um desafio e fazer planos para alcançar e obter sucesso.


A outra estrutura cerebral que importa abordar é a amígdala. A amígdala é uma estrutura situada na parte interior do lóbulo temporal medial, que costuma ser facilmente reconhecida porque tem a forma de uma amêndoa. Junto com o hipocampo, hipotálamo e o córtex orbitofrontal, faz parte do cérebro emocional, ou sistema límbico.


A amígdala é frequentemente referida como o centro cerebral do medo, mas essa descrição dificilmente faz justiça à sua complexidade, sendo de extrema importância para vários aspetos do pensamento, emoção e comportamento. Está envolvida no medo, particularmente no condicionamento do medo, o processo pelo qual aprendemos a associar um estímulo negativo, como um choque elétrico, a outro estímulo de carácter neutro. Além disso, a atividade da amígdala está profundamente ligada à resposta emocional à dor. Inúmeros estudos apontam a amígdala como peça chave na formação de memórias afetivas. Ademais, a amígdala é responsável pela formação da associação entre estímulos e recompensas, assim como entre estímulos e punições.


Sabe-se, com base em diferentes resultados, que há uma profunda integração entre os processos emocionais, os cognitivos e os homeostáticos, de modo que a sua identificação será de grande valia para a melhor compreensão das respostas fisiológicas do organismo ante as mais variadas situações enfrentadas pelo indivíduo. Assim, reconhece-se que as áreas cerebrais envolvidas no controlo motivacional, na cognição e na memória fazem conexões com diversos circuitos nervosos, os quais, através dos seus neurotransmissores, promovem respostas fisiológicas que relacionam o organismo com o meio (sistema nervoso somático) e também à inervação de estruturas viscerais (sistema nervoso visceral, ou da vida vegetativa), importantes à manutenção da constância do meio interno (homeostasia).


Damásio (1994), sugere que a emoção como expressão dos mecanismos básicos de regulação biológica, não só orientou o desenvolvimento evolutivo da razão humana, como também é determinante para o adequado funcionamento racional de cada indivíduo. A aproximação ou o retraimento, a excitação ou a quiescência de um organismo em relação a um objeto ou situação decorrem da avaliação emocional desta. Desse modo, a reação emocional é uma resposta que busca criar uma situação mais benéfica para o organismo que garanta a sua autopreservação. É evidente que a raiva e o medo salvaram numerosas vidas ao longo da evolução. Portanto, a capacidade de formar memórias emocionais, constituindo emoções secundárias, conferiu ampla vantagem aos organismos.


Causas da baixa adesão ao exercício físico - uma perspetiva evolutiva


Alguma pesquisas sugerem que, para muitas pessoas, o exercício físico leva a uma resposta afetiva negativa e, por sua vez, reduz a probabilidade de exercícios futuros. Importa então examinar essa relação de exercício-afeto-adesão de uma perspetiva evolutiva. Especificamente, que baixas taxas de exercício físico na população em geral são uma função da tendência humana para evitar esforços físicos desnecessários. Essa tendência inata evoluiu porque permitiu que os nossos ancestrais evolutivos economizassem energia para atividades físicas que tinham utilidade adaptativa imediata, como perseguir presas, escapar de predadores e envolver-se em comportamentos sociais e reprodutivos. Para uma descrição mais detalhada, ver Lieberman (2015).


A resposta afetiva negativa comumente observada no exercício é um mecanismo psicológico evoluído, através do qual os humanos evitam gastos energéticos desnecessários. Partindo deste pressuposto, importa levantar a seguinte questão: Porque o comportamento do exercício físico ocorre ou não? Ou seja, qual é o significado funcional de evitar o comportamento do exercício físico?


A causa primordial das baixas taxas de exercício físico é a tendência humana de economizar energia, e a causa imediata das baixas taxas de prática de exercício físico é a tendência humana de responder ao exercício físico com afeto negativo (desprazer). Em suma a resposta afetiva negativa ao exercício pode ser vista como um mecanismo psicológico adaptativo. 


No entanto, na atualidade, e mais em concreto nos últimos cinquenta anos este mecanismo adaptativo fruto dos milhares de anos de evolução tornou-se obsoleto. Não serve mais os seus propósitos, pois está a inibir-nos de uma prática que se prova muito benéfica e adaptativa, dado os elevados índices de sedentarismo e doenças associadas.


A biologia do corpo humano parece ter-se certificado em reduzir ao máximo o impulso para o exercício físico com funções recreativas, e montou um plano alternativo para quem se aventurasse a quebrar a regra, fazendo com que o indivíduo se sentisse mal caso gastasse energia desnecessária. Em analogia, parece ser exatamente isto que as estatísticas nos mostram, baixas taxas de adesão, e elevadas taxas de abandono.


Teoria do modo duplo das respostas afetivas ao exercício


A teoria do modo duplo postula que as respostas afetivas ao exercício são produtos da interação contínua entre dois fatores gerais, a saber: 


(a) processos cognitivos relevantes originados primariamente no córtex frontal e envolvendo processos como avaliações do significado do exercício, objetivos, autoperceções incluindo autoeficácia, atribuições e considerações do contexto social do exercício;


(b) pistas interocetivas de uma variedade de recetores estimulados por alterações induzidas pelo exercício na fisiologia periférica, que podem atingir os centros afetivos do cérebro através de múltiplas vias subcorticais e oligossinápticas. 


Pensa-se que a importância relativa desses dois fatores mude sistematicamente em função da intensidade do exercício. Especificamente, os fatores cognitivos devem ser dominantes em níveis mais baixos de intensidade (no domínio moderado e, principalmente, pesado), enquanto as pistas interocetivas que incluem nocicetores (dor), metaborrecetores (químicos), termorrecetores (temperatura), mecanorrecetores e barorrecetores (toque, pressão, tensão) devem ganhar relevância quando a intensidade não permite a manutenção de um estado fisiológico estável (principalmente no domínio muito pesado ou severo).


Respostas afetivas relacionadas à intensidade do exercício


Williams et al. (2008), mostraram que entre adultos previamente sedentários, a resposta afetiva ao exercício de intensidade moderada prediz a participação após 6 e 12 meses. Recentemente, a revisão sistemática de Rhodes & Kates (2015), demonstrou que a mudança positiva na resposta afetiva básica durante a prática de exercícios de intensidade moderada está ligada a um comportamento futuro fisicamente mais ativo.


No tocante à especificidade, o termo afeto básico refere-se ao núcleo da valência da resposta intrapessoal ou experiencial de tudo (ou seja, positivas ou negativas / agradáveis ou desagradáveis), incluindo emoções e estados de espírito.


Assim, para entender completamente o comportamento de exercício, uma compreensão de como a pessoa se sente pode ser tão importante quanto o que ela sente. Neste sentido, Hardy & Rejeski (1989) desenvolveram uma “escala de sentimento” (ES) para avaliar as respostas afetivas durante o exercício.


A escala foi projetada para avaliar o núcleo de emoções: prazer/desprazer (afeto básico). A escala de sentimento (Figura1, abaixo) ao classificar um par de adjetivos afirma-se como um instrumento de medida simples de afeto básico, uma importante ferramenta para avaliar as respostas afetivas durante a tarefa.


Rose & Parfitt (2008), demonstraram que a prescrição da intensidade do exercício baseada no afeto, ou seja, na perceção do prazer variando de +1, “razoavelmente bom” a +5, “muito bom”, gera estímulos fisiológicos que melhoram a aptidão cardiorrespiratória, força muscular e marcadores de saúde. Assim, é plausível considerar a seleção de estados positivos da escala para prescrever a intensidade do exercício físico de indivíduos que ainda não são regularmente ativos.


Em termos práticos, é necessário propor um ponto, ou zona, na escala e passar a seguinte orientação: “Durante a execução do exercício “X”, a sua perceção de prazer deve permanecer entre +5 e +1, ou seja, entre "muito bom" e "razoavelmente bom". Se sentir que durante o exercício a sua perceção de prazer deixa essa zona, importa ajustar o esforço ou parar para se recuperar.”



Figura1 - Escala de sentimento (prazer/desprazer)


A intensidade do exercício influencia a resposta do afeto básico (prazer/desprazer) que são reguladas no cérebro pelo córtex pré-frontal e regiões subcorticais, incluindo a amígdala. Estudos mostraram que respostas na ES variam entre as diferentes intensidades de exercício, especificamente, à medida que aumenta a intensidade durante o exercício, o afeto torna-se mais negativo, principalmente em intensidades acima do LV. Portanto, acima do LV, este declínio na resposta afetiva tende a ser homogénea entre os indivíduos.


A reter: A teoria do modo duplo sugere que, os indivíduos avaliam o exercício de forma diferente, e essa individualidade cognitiva poderia explicar a variabilidade nas respostas afetivas numa intensidade específica do exercício. Se este for o caso, quando um exercício é de intensidade prescrita, há um risco de alguns indivíduos não apresentarem uma resposta afetiva agradável porque avaliam mais negativamente a intensidade prescrita. Rose & Parfitt (2012), destacam que a prescrição da intensidade do exercício não preferencial representa um risco para respostas afetivas e, potencialmente, para futura adesão ao exercício.


Um ponto importante é que há uma diferença substancial nas respostas afetivas entre pessoas para a mesma intensidade de exercício, particularmente quando a intensidade é inferior ou por volta do LV. Nessas intensidades, os indivíduos experimentam um aumento nas respostas da ES durante o exercício, e alguns indivíduos experimentam uma diminuição da sensação de prazer enquanto outros permanecem estáveis.


Respostas esquivas ao treino intenso


Alguns estudos sustentam que HIIT (Treino Intervalado de Alta Intensidade ) ou SIT (Treino Intervalado de Sprint) são inapropriados para a população sedentária. Estes modelos de exercício são suscetíveis de provocar um alto grau de influência negativa, que podem levar a uma resposta de esquiva com a perspetiva de sessões futuras. Na verdade, orientações de exercícios do Colégio Americano de Medicina do Desporto, afirmam que os sentimentos induzidos pelo exercício de fadiga e afeto negativo podem agir como um impedimento à participação contínua. 


Em apoio, Oliveira et al. (2011) descobriram que jovens do sexo masculino relataram maior perceção subjetiva de esforço, e resposta afetiva positiva mais baixa (sensação de desprazer), durante o HIIT em comparação com o exercício contínuo. Estes resultados são consistentes com a teoria do modo duplo, o que manifesta uma relação negativa entre a intensidade do exercício e a sensação de prazer, e as respostas homogéneas de descontentamento são esperadas durante o exercício realizado acima do LV.


Regulação do afeto no exercício físico


Estudos realizados no âmbito dos exercícios aeróbicos evidenciaram que sensações de prazer/desprazer são moduladas de acordo com as intensidades prescritas para o exercício, demonstrando uma relação simples, onde quanto mais intenso o estímulo, maior o esforço percebido, consequentemente produzindo uma sensação desprazerosa. Esta sensação desagradável é proveniente do metabolismo, porém, quando vivenciada na fase inicial do programa de exercício, mostra ser uma grande colaboradora no abandono do mesmo. Em contrapartida, as respostas afetivas prazerosas contribuem para o envolvimento inicial em programas de exercício físico. Se o julgamento de uma experiência for considerado agradável, é mais provável que o indivíduo repita o comportamento que ocorreu nessa experiência (Daniel Kahneman; Ed Diener; Norbert Schwarz, 1999).


© Miguel Lucas, 2020 - direitos de autor protegidos


Referências:


  • Damásio, A. (1994). O Erro de Descartes (L. Publicações Europa-América (ed.); 20a).

  • Daniel Kahneman; Ed Diener; Norbert Schwarz. (1999). Well-Being: Foundations of Hedonic Psychology(Russell Sage Foundation (ed.)).

  • Ekkekakis, P. (2017). People have feelings! Exercise psychology in paradigmatic transition. Current Opinion in Psychology, 16, 84–88.

  • Fuster, J. M. (2001). The prefrontal cortex - An update: Time is of the essence. Neuron, 30(2), 319–333.

  • Hardy, C. J., & Rejeski, W. J. (1989). Not What, but How One Feels: The Measurement of Affect during Exercise. Journal of Sport and Exercise Psychology, 11(3), 304–317.

  • Lieberman, D. E. (2015). Is Exercise Really Medicine? An Evolutionary Perspective. Current Sports Medicine Reports, 14(4), 313–319.

  • Oliveira, B. R. R., Deslandes, A., Furtado, E. S., Lemos, F. A., Slama, F. A., & Santos, T. M. (2011). Comparison of affective responses in aerobic activities categorized by intensity, impulse training and duration. Autonomic Neuroscience, 163(1–2), 127.

  • Rhodes, R. E., & Kates, A. (2015). Can the Affective Response to Exercise Predict Future Motives and Physical Activity Behavior? A Systematic Review of Published Evidence. Annals of Behavioral Medicine, 49(5), 715–731.

  • Rose, E. A., & Parfitt, G. (2008). Can the feeling scale be used to regulate exercise intensity? Medicine and Science in Sports and Exercise, 40(10), 1852–1860.

  • Rose, E. A., & Parfitt, G. (2012). Exercise experience influences affective and motivational outcomes of prescribed and self-selected intensity exercise. Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, 22(2), 265–277.

  • Williams, D. M., Dunsiger, S., Ciccolo, J. T., Lewis, B. A., Albrecht, A. E., & Marcus, B. H. (2008). Acute affective response to a moderate-intensity exercise stimulus predicts physical activity participation 6 and 12 months later. Psychology of Sport and Exercise, 9(3), 231–245.

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